PROJETOS DA COPA 2014 EM MANAUS

PROJETOS DA COPA 2014 EM MANAUS

domingo, 29 de abril de 2012

FINALMENTE A IMPRENSA LOCAL REALIZOU UMA MATERIA MAIS APROFUNDADA DA LEI GERAL DA COPA 2014, ONDE LIMITA COMÉRCIOS PRÓXIMOS DA ARENA DA AMAZÔNIA.

FONTE: http://www.d24am.com/noticias/manaus-2014/comercio-e-servico-ao-redor-da-arena-cortam-investimentos-em-manaus/57421

Comércio e serviço ao redor da arena cortam investimentos em Manaus
O coordenador da Unidade Gestora da Copa (UGP), Miguel Capobiango, assegurou que o comércio formal que já existente não vai ser prejudicado pelo evento.
[ i ]Empresários temem restrições a serem impostas pela Fifa Foto: Caio PimentaEmpresários temem restrições a serem impostas pela Fifa
Manaus - A limitação da venda e de uso da imagem de marcas patrocinadoras da Copa do Mundo de 2014 preocupa os donos de estabelecimentos ao redor da Arena da Amazônia. Receosos com a incerteza da permanência no local próximo ao evento, empresários suspenderam os investimentos.
Esse é o caso do proprietário do Restaurante Nossa Casa, Arnoldo Silva Paes. Segundo ele, ainda há um desencontro de informações sobre as regras do uso de produtos associados ao evento e até mesmo sobre a permanência dos estabelecimentos formais próximo ao estádio, como é o caso de seu restaurante.
“Não investi nada nos últimos dois anos, por medo de perder o investimento depois. Nosso contrato de locação aqui é até2014”, disse o proprietário, ao revelar que possui cerca de R$ 10 mil para investir na infraestrutura, climatização e no cardápio, mas aguarda definição. “Temos várias ideias para o nosso restaurante, mas não botamos em prática por causa dessa incerteza”, explica.
Paes informou que até o momento não recebeu nenhum comunicado oficial e afirmou que não terá problema em deixar de vender determinada marca, ou inserir um produto oficial da Federação Internacional de Futebol (Fifa) se esta for a regra para ‘continuar no jogo’.
A proprietária da Pizzaria Pizza Place, Mary Salvo Brown, também compartilha o receio em fazer novos investimentos no restaurante em funcionamento há pouco mais de um mês. Mary estuda ampliar o negócio mas vai agir com cautela com relação a qualquer aporte futuro.
O gerente-geral do restaurante Picanha Mania, Ivan de Souza, também se mostrou preocupado com a permanência dos estabelecimentos na área próxima da futura Arena da Amazônia. “Fizemos um investimento pesado no local em infraestrutura e repaginação desta unidade, por isso ficamos com receio de não poder ficar ali, mas acho não vai haver retirada. Até agora, não tivemos nenhum posicionamento oficial”, disse o gerente.
O coordenador da Unidade Gestora da Copa (UGP), Miguel Capobiango, assegurou que o comércio formal que já existente não vai ser prejudicado pelo evento, mas ressaltou que os empresários não poderão tirar proveito direto da marca. Um restaurante não vai poder anunciar sua autotitulação o ‘restaurante da Copa’, por exemplo.
Uso de marcas
De acordo com o inciso II da Lei Geral da Copa, que ainda precisa ser aprovada pelo Senado, será papel da União junto com os Estados, Distrito Federal e municípios que sediarão os eventos assegurar à Fifa a autorização para, “com exclusividade, divulgar suas marcas, distribuir, vender, dar publicidade ou realizar propaganda de produtos e serviços, bem como outras atividades promocionais ou de comércio de rua, nos locais oficiais de competição, nas suas imediações e principais vias de acesso”, diz o texto.
Em outras palavras, produtos de marcas patrocinadoras do evento esportivo serão controlados ou terão o uso de sua imagem e comercialização limitadas pela Fifa. Em um exemplo prático, caso a Coca-Cola seja uma das patrocinadoras oficiais da Copa do Mundo, o comércio no raio de dois quilômetros não vai poder vender produtos da Pepsi.
Para a empresária Mary Brown, a inserção ou proibição de marcas mundiais de refrigerantes ou alimentos patrocinadores do evento nos estabelecimentos próximos do estádio e eventos oficiais deve ser uma regra a ser adotada com antecedência.
“Pelo menos até o fim deste ano seria bom nós sabermos dessas regras, pois os restaurantes, possuem contrato firmado com fornecedores. Aqui na pizzaria, por exemplo, temos um contrato de um ano com uma marca de refrigerante e, caso sejamos obrigados a deixar de comprar esse produto, estamos sujeito a uma multa”, explica.
Na avaliação do presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas CDL-Manaus, Ralph Assayag, apesar do comércio perto da arena ser pequeno, impor essas regras em um raio de dois quilômetros do estádio já é uma situação mais grave. “Alguns fatos ainda são muito discutíveis e ainda não têm definição. Caso isso (restrição do uso e comercialização de marcas) seja dentro do estádio tudo bem, mas se for fora essa regra não pode. Os comércios têm contratos com seus fornecedores e não só de alimentos. Se um determinado posto de gasolina for patrocinador, então nesse perímetro não vai poder ter outro posto”, questiona Assayag.
Sem riscos
Miguel Capobiango retrucou que existem limites com relação ao uso de marcas de patrocínio e comerciantes informais, mas o trabalho maior será para evitar a exploração ilegal do evento, no que se chama ‘marketing de emboscada’.
Segundo ele, não haverá nenhum risco aos comerciantes estabelecidos na região. “A Fifa tem muita preocupação com relação a isso e eles querem garantir que seus patrocinadores tenham visibilidade no evento. Não acredito que vai ter uma barreira muito grande do comércio local”, observa Capobiango.
O Artigo 18, da Lei Geral da Copa, que trata sobre o marketing de emboscada, proíbe divulgar marcas, produtos ou serviços, com o fim de alcançar vantagem econômica ou publicitária, por meio de associação direta ou indireta com os eventos ou símbolos oficiais, sem autorização da Fifa.
Vendedores ambulantes serão impedidos de ficar no local
Os possíveis problemas com o comércio informal são descartados pela direção da Fifa, explica o Coordenador da Unidade Gestora da Copa, Miguel Capobiango. O motivo é que os ambulantes não vão poder ocupar a área dos eventos, que será restrita.
“Não vai ter como os camelôs operarem no entorno da arena. Existe um perímetro onde as pessoas só vão entrar com acesso autorizado. Não vai ter como os ambulantes venderem seus produtos perto dos eventos oficiais da Fifa”, corroborou.
De acordo com o coordenador de Comércio Informal da Secretaria Municipal de Produção e Abastecimento (Sempab), Teodoro Santiago, há preocupação em resolver o problema dos ambulantes na cidade, principalmente na área central. No entanto, a esperança de resolução deste entrave está no Shopping Popular, conhecido como camelódromo, projeto paralisado pela Justiça ainda no ano passado.
Com a medida de suspender a atuação dos camelôs nos arredores da Arena, adquirir uma camisa, uma buzina, um boné ou qualquer outro souvenir sobre a Copa a preços populares será praticamente impossível.

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